É a história de um povo em uma gleba
Uma raça em uma roça
Um valo que demarcou a divisa
Da história no tempo e naquela palhoça
O tempo acontece e a traça corrói
Restam detalhes de alguns ancestrais
De uma terra dividida entre a família
Passada para os filhos a herança de seus pais
Daqueles que aqui chegaram
Neste deserto descoberto ou dourado
Buscaram ouro e moeram cana
Tiveram a prole e criaram gado
A sesmaria adquirida do vigário
Onde padre Bento fez abertura de um caminho
É o distrito que não virou cidade
A Boa Vista, pertencente ao Branquinho
No findar de uma revolta, em meio a uma rebelião
Entre monarquia, democracia e abolição
Tantas divisas refeitas, cada qual à sua maneira
O distrito da Boa Vista ainda não tinha padroeira
Faltaram a capela, o pedido, a provisão
Que depois, na imagem do Carmo, tornou-se tão bela
No sítio dos Rattes onde enterraram Manoel, o capitão
Nascia Carmo da Cachoeira, naquele imenso sertão.