Fernando Renard e Mair são dois homens completamente diferentes. O primeiro, um jovem jornalista premiado nacionalmente; o outro, um ancião simples e sem estudo.
Em meio à elaboração de uma matéria especial, o repórter viaja até Sergipe para entrevistar o ex-cangaceiro, que faz revelações surpreendentes, envolvendo dois anti-heróis do século XX (Lampião e Macunaíma).
Macunaíma foi um personagem fictício. O Herói sem Caráter deu título ao livro de Mário de Andrade. A publicação de 1928 é referência na literatura nacional. Seu sucesso deve-se muito à identificação com o povo brasileiro: sofrido desde que nasceu, lutou para vencer a miséria, valorizando mais a astúcia que o conhecimento acadêmico. Lampião teve seu auge nos anos 1930. Muitos o encaram como herói, enquanto outros o consideram um sanguinário bandido. Percorreu o sertão comandando um bando que roubava ricos, matava traidores e ajudava os necessitados.
Em comum, ambos carregam a brasilidade de um país permeado desde sempre pela miséria que clama por justiça (muitas vezes confundida com vingança) e igualdade.
Se o destino providenciasse que os caminhos desses dois vultos se cruzassem, certamente teriam muito a ensinar e a aprender um com o outro.