A Itália jamais deixou de ser o epicentro do mundo em minha vida, ainda mais na primeira infância.
Éramos, então, uma família muito singular. Enquanto meus pais descobriam o Brasil, terra que haviam eleito como destino para reconstruírem suas vidas, eu, uma criança tímida, tentava conciliar dois mundos em minha cabeça. A Itália, de que meus pais falavam o tempo inteiro, e o Brasil, cuja realidade, confesso, me assustava um pouco. Meus primeiros anos de vida, portanto, foram marcados por essa dualidade enevoada. O Brasil era uma descoberta ainda em processamento na cabeça de todos nós. Eu sentia bastante dificuldade para estabelecer laços afetivos com pessoas fora do meu círculo familiar – e, dentro dele, era estimulada a amar figuras distantes, meus avós, tios, e uma legião de primos