Este livro apresenta a questão de que existe uma visão arraigada no senso comum do que seria um revolucionário, geralmente visto como alguém poderoso fisicamente e no convencimento de suas palavras, empunhando uma arma imponente e pronto a matar pela sua ideia de revolução. Diante disso, muitos não associam, ou até negam, o aspecto revolucionário de Jesus. Observando os textos do Evangelho, verificamos que alguns interesseiros o seguiram com atenção e observação, mas, aos poucos, foram se decepcionando, ao ver que a revolução proposta por Jesus era, em suas maneiras de ver, pacíficas e amorosas demais para serem consideradas por eles como “revolucionárias”.

Contudo, não percebiam que Jesus apresentava a regra mais revolucionária para um mundo onde predomina o desamor e a injustiça: o mandamento do amor. Esta é a única regra capaz de transformar o mundo e transformá-lo em algo bem melhor e bem mais próximo do paraíso.

Este ideal revolucionário e tesouro incalculável foi percebido por seus seguidores:

Pedro, o pescador e zelota, reconhecendo Jesus como o Filho de Deus vivo e o sentido revolucionário do seu mandamento do amor, abandonou tudo para segui-lo; Paulo, o fariseu e grande personalidade no judaísmo e no mundo greco-romano, militar combativo, poliglota, culto, mesmo tendo todos os atributos para postular até mesmo o posto de um novo César, abandonou tudo e abraçou, de forma heroica, a verdadeira revolução que é o mandamento do amor. Ambos compreenderam e deram a vida por esta revolução, bem como entenderam que o melhor antídoto contra a injustiça e o desamor é, exatamente, o amor.

E esta revolução proposta por Jesus, se formos fiel a ela, é capaz de transformar, a partir da mudança de nosso coração, todas as estruturas

humanas: a sociedade, a política, a economia, as religiões, a tecnologia, a relação do homem com o meio ambiente, ou seja, todas as estruturas humanas, tornando o nosso mundo, mesmo com as nossas limitações, mais parecido com o paraíso. E o amor é a única coisa que transpassa dessa vida para a vida plena e eterna, no paraíso verdadeiro, onde representa a única regra vigente. Portanto, se esperamos um dia experimentar essa realidade celestial, devemos aprender a viver, ainda que de forma imperfeita, o amor, ainda nesta Terra. Esse é o verdadeiro ato de aceitar Jesus, a verdadeira realidade salvífica. Somente abraçando essa regra, podemos transformar esse mundo em uma realidade melhor (o

cêntuplo) e também convenceremos a Deus de que desejamos viver em um lugar onde o amor é a única regra, ou seja, no paraíso eterno.