Autobiografias podem amplificar os defeitos e as virtudes. Escancarar os sucessos e comprovar os fracassos. Multiplicar as qualidades e minimizar as falhas. Mostrar mentiras magníficas e esconder verdades vexatórias.
O biografado também pode ser alguém ousado, corajoso, valente, desbravador, inovador, mas, quem sabe, prepotente, inclemente, covarde. Bendito e maldito. Herói e vilão. Leal e traidor. Qual história não transita por tudo isso? Somos seres em formação até morrer. Há quem, com sua vida, destrua outras. Há quem inspire. Há quem salve.
Aos sessenta e cinco anos, vividos muitas vezes em contradições profundas e grandes conflitos, tendo muita certeza sobre todas as dúvidas, ora pintando ora escrevendo, quis correr o risco de apenas contar uma história: a minha.