Sozinho. Mergulhado no abismo do vazio e sufocado pelo medo. Agonizando. Às vezes, até o suicídio parece ser alternativa. A solidão é sua única companhia. A bigorna da grade estrala e o cadeado é fechado. Ele está ali. Preso na sua própria cabeça. Preso na penitenciária. O sorriso amarelo e a alma rasgada. Sem esperança, sem vontade de viver, roubam-lhe dias, meses, anos. Gólgota é o lugar onde se sofre implacavelmente. Lugar de sofrimento terrível. É possível fugir? É possível gritar? Aprisionado na prisão da alma e na da carne, o poeta de Gólgota suplica num lirismo encarcerado. Transborda em versos as dores e sofrimentos causados pelas doenças emocionais: depressão, ansiedade e estresse. O eu lírico traz ainda o dia a dia do apenado da carne. As condições desumanas vividas na cadeia. As doenças e a falta de atendimento médico. A rotina da alimentação, do banho, do sono, do medo e da solidão do presidiário. Chegou a hora de libertar esses versos!